Seria uma sensação: na última jornada das eliminatórias para o Mundial, o pequeno país de Curaçao tem o seu destino nas próprias mãos. No ataque joga um velho conhecido. Jürgen Locadia não tem clube desde o verão passado. Mas na seleção nacional de Curaçao os seus serviços continuam a ser muito procurados. Não é de admirar: o país tem apenas 150 000 habitantes. Atacantes com a qualidade de Locadia são raros.
Pela primeira vez, a seleção nacional de Curaçao pode se classificar para uma Copa do Mundo — e ainda por cima como o menor país da história da Copa do Mundo. Para isso, basta que “The Blue Wave” (A Onda Azul), como a seleção nacional é chamada, empate com a Jamaica na madrugada de quarta-feira, 19 de novembro.
Antes do duelo decisivo pela vaga na Copa do Mundo do próximo verão nos EUA, México e Canadá, Curaçao tem um ponto a mais que a Jamaica, treinada pelo ex-técnico da seleção inglesa Steve McClaren. A euforia em torno da capital Willemstad, com suas casas coloridas, é enorme.
No ataque joga um velho conhecido: Jürgen Locadia. O ex-atacante do VfL Bochum esteve em campo em quatro jogos das eliminatórias. Na vitória por 2 a 0 contra a Jamaica, ele também marcou o seu primeiro ponto com uma assistência. Apenas na vitória por 7 a 0 fora de casa contra as Bermudas é que ele ficou de fora.
Locadia passou a segunda metade da temporada 2021/22 da Bundesliga no VfL Bochum. Após 13 jogos, dois golos e uma assistência, no verão de 2022, ele deixou o clube e se transferiu para o Persepolis, no Irão. Agora, ele sonha com a Copa do Mundo com Curaçao.
À beira do campo, porém, está outro homem internacionalmente conhecido: o viajante holandês do futebol Dick Advocaat. O treinador de 78 anos, que outrora gastou muito dinheiro em Gladbach com pouco sucesso, assumiu a seleção nacional do país que antes pertencia às Antilhas Holandesas no início do ano passado e, com a sua vasta experiência, colocou-a no caminho do sucesso.
Mas, justamente no jogo mais importante da história do futebol de Curaçao, o arquiteto do sucesso estará ausente. Advocaat voltou para a Holanda por motivos familiares, como confirmou a federação. «É uma decisão muito difícil ter que deixar os rapazes aqui. Tomei a decisão com o coração pesado, mas a família é mais importante do que o futebol», disse Advocaat. Contra a Jamaica, a equipa deve garantir a vaga na Copa do Mundo mesmo sem ele e substituir a Islândia como o menor participante de sempre numa Copa do Mundo. Se a sensação acontecer, Advocaat se tornará definitivamente um herói nacional na ilha caribenha. O presidente da federação já prometeu um monumento para o holandês, mas Advocaat não quer saber disso. «Se chegarmos ao Mundial, que erigam um monumento com todos os jogadores.»