A melhor defesa em 91 anos – Karius faz um curso intensivo sobre a história do Schalke

O Schalke 04 luta pela liderança da tabela contra o Paderborn – com a melhor defesa da sua história profissional e o guarda-redes Loris Karius, que já pensava em encerrar a carreira.

Loris Karius está no Schalke há menos de um ano, mas já fez história no clube azul-real. Porque ele está na baliza atrás da melhor defesa estatística do Schalke 04 na era profissional – com apenas sete golos sofridos nos primeiros 13 jogos da liga. «Defendemos como uma unidade, desde o número nove na frente até ao número um atrás», explica o guarda-redes, que já fez sete jogos sem sofrer golos. Isso é «um pouco arriscado», todos têm de «conhecer bem o seu trabalho», mas «até agora tem corrido sempre bem». Tão bem que Karius e os seus colegas da frente disputam a liderança da 2.ª Bundesliga no jogo de topo de sexta-feira (18h30/Sky) contra o SC Paderborn.

E, além disso, melhor do que qualquer outra equipa do Schalke nas 63 temporadas desde a fundação da Bundesliga. Até mesmo a lendária equipa vice-campeã de 1972, na qual Norbert Nigbur defendia a baliza atrás do líbero Klaus Fichtel e Reinhard Libuda, Klaus Fischer e Erwin Kremers causavam estragos e que recentemente ainda era considerada referência com cinco golos sofridos nos primeiros onze jogos, foi superada pela equipa atual — porque naquela época sofreu uma goleada de 0 a 7 no Bökelberg, em Mönchengladbach, no décimo segundo jogo.

Os que mais se aproximaram de Karius e companhia há 20 anos foram Frank Rost e os zagueiros Marcelo Bordon e Mladen Krstajic, que sofreram nove golos no mesmo período. E, no final da temporada, estabeleceram o recorde do Schalke na Bundesliga com 31 golos sofridos. Quem procura defesas ainda melhores na história do clube remonta ao ano de 1934, quando o «Schalker Kreisel», com as lendas do clube Ernst Kuzorra e Fritz Szepan, permitiu apenas cinco golos nos primeiros 13 jogos da Gauliga Westfalen contra adversários como o SV Höntrop ou o SpVgg Herten. O guarda-redes Hermann Mellage era, aliás, um metalúrgico. Mais de 90 anos depois, o seu sucessor quase procurou um emprego fora do futebol profissional. Karius pensou em desistir antes que o clube da segunda divisão batesse à porta do ex-guarda-redes da Liga dos Campeões. «Se o Schalke não tivesse entrado em contacto, eu provavelmente teria encerrado a minha carreira», admitiu o jogador de 32 anos em entrevista à Sport Bild. Afinal, enquanto esperava por uma nova oportunidade, ele já tinha tentado outras coisas. «Atuava como DJ, desfilei para a Hugo Boss na Fashion Week de Milão», contou.

Mas no Schalke, Karius voltou a ganhar estabilidade como guarda-redes, algo que não tinha conseguido após aquela final decisiva da Liga dos Campeões de 2018 com o FC Liverpool contra o Real Madrid, com dois erros graves (1-3) no Besiktas Istambul, Union Berlin e Newcastle United. No Königsblauen, que se tornou candidato à promoção principalmente graças à sua forte defesa, ele não é apenas o indiscutível número um, mas também um líder fora do campo. Alguém que, antes do duelo pela liderança da tabela, tira a pressão e pergunta: «O que temos a perder?» Talvez um recorde para a eternidade.