O Hannover, quarto na tabela, precisou de dez minutos para se adaptar aos 62.207 espectadores e ao adversário. Aos onze minutos, Andreas Voglsammer arrancou em direção à baliza, mas foi intercetado por Tobias Mohr antes de chegar à entrada da área. Uma jogada forte do lateral-esquerdo do Schalke. A partir deste momento, o Hannover passou a ser a equipa tecnicamente mais forte, atacando sempre pelo lado esquerdo. Derrick Köhn driblava frequentemente Matriciani e impunha-se quase sempre. Matriciani era o ponto fraco da defesa do Schalke.
Aos 18 minutos, Köhn bateu um canto contra Matriciani. A bola caiu na cabeça de Marcel Halstenberg, que cabeceou sem contestação ao poste direito. O Hannover podia ter chegado à vantagem. O próprio Köhn também teve uma boa oportunidade: aos 37 minutos, enganou novamente Matriciani, mas não conseguiu bater o guarda-redes Ralf Fährmann. O facto de a defesa do Schalke se ter aguentado entre estas duas acções deveu-se a um melhor desarme, a uma maior velocidade e a muitas faltas cometidas pelos Schalkers.
Os Schalkers só voltaram a entrar na área aos 42 minutos – e logo de seguida conseguiram o 1-0, um golo que surgiu do nada. Matriciani levantou a bola para a área, onde Karaman e Halstenberg subiram alto. Halstenberg ganhou o duelo de cabeça, mas a bola foi parar aos pés de Lasme, que a empurrou facilmente para a baliza. Grande alívio no recinto, não foi um jogo bonito, a vantagem nem sequer foi merecida – mas ninguém pensou nisso entre os jogadores do Schalke.
O Hannover não ficou nada chocado. Apenas dois minutos depois dos festejos do golo dos Schalkers, tiveram uma grande oportunidade para empatar. Köhn – mais uma vez – lançou Voglsammer, mas Ralf Fährmann bloqueou a bola com o pé. Ao intervalo, o 1-0 continuava a ser uma sorte para os Königsblauen.
A segunda parte começou equilibrada – até aos 52 minutos, quando Ron Schallenberg, do Schalke, perdeu a bola no meio campo adversário. O Hannover aproveitou a perda de bola para lançar um contra-ataque, que terminou com Derrick Köhn em falta, quando a defesa do Schalke já se tinha recomposto. Köhn, porém, voltou a bater o fraco Matriciani, fez um passe para trás para o livre Enzo Leopold e este rematou rente ao canto para fazer o 1:1. Todos os defesas do Schalke no centro estavam a dormir.
A partir daí, tal como na primeira parte, o Hannover foi a melhor equipa tecnicamente e esteve muito mais perto do segundo golo do que o Schalke. E teve as suas oportunidades: Aos 59 minutos, Voglsammer prolongou um cruzamento com o calcanhar para o exterior da baliza. Três minutos depois, Cedric Teuchert não conseguiu bater Fährmann. Aos 67 minutos, Jannik Dehm rematou ao lado do poste esquerdo. Os jogadores do Schalke cometeram muitos erros fáceis. O défice estava no ar.
Os jogadores do Schalke só conseguiam contra-ataques ocasionais. A força motriz no meio-campo era Lino Tempelmann, de longe o melhor jogador da sua equipa. A maioria dos ataques vinha da esquerda. Tobias Mohr teve algumas boas acções por ali. A primeira oportunidade depois da mudança surgiu aos 72 minutos: o suplente Assan Ouédraogo fez um passe cruzado para Tempelmann, que disparou de 20 metros e a bola bateu no centro da baliza. O guarda-redes do 96, Ron-Robert Zieler, não viu bem, mas todo o Schalke se regozijou. Sobre o aproveitamento ideal das oportunidades, sobre um golo que não correspondia ao desenrolar do jogo. A sorte voltou ao Schalke.
A prova seguinte surgiu cinco minutos após o segundo golo: na linha de meio-campo, Derry John Murkin bloqueou um passe de Voglsammer. A bola foi parar às mãos de Karaman, que correu sozinho em direção à baliza, passou por Zieler e marcou o 3:1. O júbilo foi grande – mas não foi a decisão preliminar. Aos 90 minutos, Fährmann e Voglsammer chocaram após um remate longo para a área. Fährmann afastou a bola, mas também apanhou Voglsammer. O árbitro Timo Gerach assinalou grande penalidade. Todos os jogadores do Schalke protestaram, sem sucesso. Halstenberg reduziu o placar para 2 a 3.
O Schalke ainda teve seis minutos de acréscimos, aos quais sobreviveu com sorte e habilidade. Agora, seguem-se dois jogos fora de casa – na Taça, em St. Pauli (terça-feira, às 18h00) e depois em Nuremberga (sábado, às 13h00).